quinta-feira, 22 de abril de 2010

Brasília, 50 anos

No momento em que se celebram os 50 anos da belíssima cidade de Brasília, a cidade passa por mais uma grave crise política, dessa vez envolvendo o governo distrital de Arruda.

Por um lado, falar de Brasília é falar de corrupção, de desvios de verbas, de incompetência parlamentar. É discutir, após esses cinqüenta anos, o que realmente representou essa mudança de centro político para o país e até que ponto houve benefícios nesse sentido.

Por outro lado, falar de Brasília é falar da sua beleza arquitetônica e de tudo o que lá floresceu na arte e cultura nacional nesses cinqüenta anos. Exemplo disso são as bandas de rock dos anos 80, como Paralamas e Legião Urbana.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ano de Copa, ano de Eleição

Pronto. Saiu o álbum oficial da Copa do Mundo, e já estão todos colecionando. Tanto que já começou a ficar difícil encontrar figurinhas nas bancas por aí. Saiu também uma coleção de DVDs da Revista Placar, com todos os filmes oficiais das Copas. O jornal Lance! está relançando também um bom livro de História das Copas do Mundo. Por fim, o jornalista Lycio Ribas publicou um livro espetacular sobre Copas do Mundo. É da editora Lua de Papel, e custa em torno de 60 reais. O livro é super completo em dados e estatísticas, e tem informações precisas e bem comentadas. Vale muito a pena.


É ano também de eleição, e já saíram os candidatos para presidente. A disputa, como já se esperava desde o ano passado, será mesmo entre Serra e Dilma, que já começaram a campanha em tom agressivo.  A pergunta que não quer calar: alguém já sabe quem é o novo governador de São Paulo? Muitos não conhecem, mas é Alberto Goldman, o vice de Serra, que assumiu semana passada.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O matemático que recusou um milhão

O matemático russo Grig­ory Perel­man, 44, con­sid­er­ado um dos maiores gênios vivos do mundo, declarou  que não tem inter­esse em rece­ber o prêmio de US$ 1 mil­hão a que tem dire­ito por ter resolvido a chamada Con­jec­tura de Poincaré. Em seu aparta­mento infes­tado de baratas em São Peters­burgo, Perel­man afir­mou, sem abrir a porta: “tenho tudo o que quero”, segundo infor­mou o jor­nal britânico Daily Mail.

Uma insti­tu­ição dos Esta­dos Unidos recon­heceu que o estu­dioso russo demon­strou a Con­jec­tura de Poin­caré, que desafi­ava os matemáti­cos há mais de um século. O matemático francês Jules Henri Poin­caré (1854–1912) esti­mou que, de forma sim­pli­fi­cada, qual­quer espaço tridi­men­sional sem furos seria equiv­a­lente a uma esfera esticada. Poin­caré e os matemáti­cos que vieram depois dele acred­i­tavam que a pro­posta estaria cor­reta, mas não con­seguiram uma prova algébrica sól­ida para ele­var a con­jec­tura à cat­e­go­ria de teorema.

A com­plex­i­dade do assunto levou o Insti­tuto de Matemática de Clay a incluir o prob­lema entre os “sete desafios do milênio”. Para cada desafio que fosse solu­cionado, o insti­tuto prom­e­teu pagar um prêmio de US$ 1 mil­hão (cerca de R$ 1,78 milhão). Na sem­ana pas­sada, James Carl­son, dire­tor do insti­tuto, recon­heceu a façanha de Perel­man e anun­ciou que a Con­jec­tura de Poin­caré é o primeiro dos sete desafios a ter solução.

domingo, 4 de abril de 2010

Para levantar polêmica

Em plena semana santa, vamos falar de religião. Como foi lançado recentemente o livro de Saramago, "Caim", é hora também de se estudar o Antigo Testamento. Aliás, para iniciar a polêmica, alguém que já começou a ler a Bíblia alguma vez com calma tem ainda coragem de acreditar que aquilo foi escrito por Deus? É nítida a falta de coesão entre os fragmentos. Algumas passagens se repetem e outras chegam a ser conflitantes. Nem precisa ir muito longe. Basta ler o Gênesis.

Já em meados do século XVIII se percebeu que as duas denominações de Deus que aparecem na Bíblia (Elohim é citado em torno de 2500 vezes, ao passo que Jeová é citado cerca de 7000) podiam corresponder a materiais de épocas e origens diferentes.

Atualmente, análises científicas aceitam a existência de quatro grandes tradições que compõem o Antigo Testamento: a Javista, datada dos séculos X-IX a. C., e que nomeia Deus como Jeová, a Eloísta, do século VIII a. C., e que nomeia Deus como Elohim, a Deuteronomista, do século VI a. C., e, por fim, a Sacerdotal, do século V a. C., criando uma série de relatos diferentes, que são por vezes inconciliáveis.

Não se quer desmerecer a tradição judaico-cristã, e muito menos seus ensinamentos valiosos, sobretudo no campo da ética. Mas ler a Bíblia só nos faz pensar que sua origem é humana, demasiadamente humana.