quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
J D Salinger
Morreu hoje o escritor J.D. Salinger, aos 91 anos em sua casa, em New Hampshire, nos EUA. Recluso havia muitos anos, o escritor não dava entrevistas desde 1980 nem se deixava fotografar. Estava sem publicar um trabalho havia mais de quatro décadas. Agora, espera-se que os escritos das últimas décadas venham a público, já que, até onde se sabe, o escritor não parou de produzir durante esse tempo.
O seu livro mais conhecido é "O Apanhador no Campo de Centeio" ("The Catcher in the Rye"), publicado em 1951. O personagem principal do livro, o adolescente Holden Caufield, tornou-se símbolo da geração de jovens do pós-guerra. A obra foi um sucesso mundial, e influenciou toda o movimento de contracultura dos anos 50 e 60, nas artes, na música e na literatura. Não se pode entender a segunda metade do século XX no Ocidente sem que se mencione o "Apanhador".
...
Anyway, I keep picturing all these little kids playing some game in this big field of rye and all. Thousands of little kids, and nobody's around - nobody big, I mean - except me. And I'm standing on the edge of some crazy cliff. What I have to do, I have to catch everybody if they start to go over the cliff - I mean if they're running and they don't look where they're going I have to come out from somewhere and catch them. That's all I do all day. I'd just be the catcher in the rye and all. I know it's crazy, but that's the only thing I'd really like to be.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
456 anos
Mesmo com a violência, o trânsito, a poluição, deve haver ainda algo de mágico nessa cidade que faça as pessoas quererem ficar por aqui... O que será?
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Todos pela educação?
Postagem publicada no blog das nossas colegas do Educaforum. Texto excelente. Vale a pena conferir (grifos nossos).
09 Janeiro 2010
Democramole na educação
Este país é o campeão da injustiça social. Não porque haja exploração ou repressão ostensiva e maciça, justamente pelo contrário. Onde a exploração e a repressão são patentes, a solução é clara e só depende de coragem para o confronto.
No Brasil a injustiça social é camuflada e covarde, ela inicia na escola, onde a população é dividida em "príncipes" e "párias", num consenso que já vem de gerações: onde se viu a patroa misturar seus filhos com os da empregada, nos mesmos bancos escolares?...
90% das escolas brasileiras são públicas.
10% das escolas brasileiras são particulares.
As escolas brasileiras, sejam públicas, sejam particulares, são péssimas - os índices nacionais e internacionais estão bem claros.
Apenas 1% das escolas brasileiras, entre públicas e particulares, estão preparadas para dar ao aluno a formação que ele merece e precisa, para poder contribuir com o progresso da nação.
Em resumo, 99% das escolas brasileiras "formam" alunos cujo analfabetismo funcional se revela nas faculdades, onde não sabem redigir ou interpretar textos nem fazer pesquisas. A maioria das teses de mestrado e doutorado, muitas feitas com o suado dinheiro público, em nada contribuem para o país, não passam de papel de embrulho.
O maior problema começa e se fecha nos bancos escolares.
A escola do filho da patroa costuma ser tão ruim quanto a do filho da empregada, com uma diferença: quando a patroa vê (mas não percebe...) que ele é massacrado por uma avalanche de informações inúteis, dá-lhe professor particular pro filho... passar de ano. Ou então ela o muda de escola. De tapa em tapa, o diploma está garantido.
Já a empregada é obrigada a aceitar a escola que o governo "oferece" para seu filho, uma escola administrada por profissionais cujos filhos estudam na escola... da patroa. E ela não pode reclamar de nada, pois toda a mídia deixa bem claro que A RESPONSABILIDADE PELA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS É DOS PAIS, eles que "estejam presentes", que ajudem nas lições de casa, que participem como "amigos da escola", que não faltem às insuportáveis reuniões de pais onde vão apenas ouvir falar mal de seus filhos ou de seus colegas "maus alunos". Enfim, toda a culpa do fracasso escolar é atribuída aos pais ou aos próprios alunos...
É claro que a maioria dos pais da rede pública não vai poder ajudar muito nas lições, nem pagar professor particular. Então, chegar ao diploma pode ser um desafio impossível. Tanto é que os níveis de repetência são altíssimos, os de desistência idem, os de expulsão são agora "legitimados" através dos Conselhos de Escola, tribunais de exceção que decidem quem pode permanecer na escola. Problemas disciplinares corriqueiros são hoje "resolvidos" chamando a polícia na escola - até criança de 7 anos já foi parar na delegacia!
O aluno da rede pública é divulgado em toda a mídia, dominada pelos sindicatos da classe "docente", como trombadinha em potencial, elemento suspeito que põe em risco a segurança do professor e do colega. O que se passa nas escolas públicas, já a partir dos primeiros anos da vida escolar, só os alunos sabem - e obviamente não conseguem explicar, como é normal nas crianças...
A escola pública é uma "caixa preta", uma "Instituição da tortura", como diz o livro da professora Glória Reis, é "o lugar onde a criança chora e a mãe não vê", como a Cremilda ouviu seu próprio filho dizer.
Isto não tem solução - não enquanto a sociedade brasileira continuar resolvendo pagar duas escolas, uma para seus próprios filhos e outra para os filhos... dos outros.
Mas existe, no sistema educacional brasileiro, um problema ainda maior que o apartheid: é a exclusão. Por ruim que seja, a escola é um mal necessário. Até ela se tornar digna desse nome muitas águas vão rolar mas, por enquanto, ruim com ela, pior sem ela. Aluno expulso ou excluído não tem chance em um país onde até o lixeiro ("o mais baixo na escala do trabalho", nas palavras de Boris Casoy) precisa de um diploma.
O Brasil de hoje não é ditadura nem democracia, nem mesmo "democradura", como tem sido chamado. A meu ver, trata-se de uma "democramole", uma sociedade amorfa que pouco se preocupa com seu futuro, representado pelas novas gerações. Se a patroa realmente se preocupasse com o futuro dos próprios filhos, lançaria um olhar para os filhos da empregada e não precisaria levantar muros tão altos para isolar os seus próprios. Se as autoridades de todos os poderes e escalões realmente tivessem intenção de melhorar a educação, arregaçariam as mangas e TRABALHARIAM, não ficariam encasteladas em seus gabinetes, despachando uma papelada inútil, enquanto as escolas ficam à mercê de diretores e profissionais mal preparados e viciados pela falta de cobrança e fiscalização, faltando a bel prazer e achando o trabalho um peso insuportável.
Este quadro dantesco tem se confirmado nos últimos anos, quando uma das maiores esperanças para a educação brasileira andou sendo enterrada pela preguiça do sistema educacional: a progressão continuada. Chamada de "empurração automática" pelos péssimos profissionais que não entendem seu mecanismo, ela acabou sendo rejeitada pela sociedade e pela mídia. Como já cansamos de repetir aqui, e ainda não desistimos, a Progressão Continuada pode ser explicada numa equação simples:
PROGRESSÃO CONTINUADA = AVALIAÇÃO CONTÍNUA + RECUPERAÇÃO CONTÍNUA.
Ela é rejeitada porque exige trabalho do professor, do coordenador pedagógico, do diretor da escola, do supervisor, do dirigente de ensino e do secretário da educação. Quem quer essa "batata quente"?
A Progressão Continuada foi muito bem implantada há vinte anos, aqui na rede municipal de São Paulo, por Paulo Freire e Mário Sérgio Cortella na gestão Erundina, mas quem deu continuidade?... Paulo Maluf, Celso Pitta? rs Nem a Marta se preocupou com isso... Na rede estadual o fracasso da progressão continuada também foi geral e a volta à repetência é aclamada como solução para um problema gerado apenas pela falta de competência e/ou pela preguiça. Pouquíssimas vozes têm se levantado a favor da progressão continuada e contra a repetência. Uma delas é a da filósofa Viviane Mosé em seu artigo Educação: a briga no Rio está errada. Leia clicando aqui. Mas, a depender das autoridades e da mídia, mais essa batalha está perdida.
Mais uma vez repetimos: enquanto a REPETÊNCIA, a EXPULSÃO e a EXCLUSÃO forem as ferramentas que empurram a educação brasileira "com a barriga", nada a comemorar.
09 Janeiro 2010
Democramole na educação
Este país é o campeão da injustiça social. Não porque haja exploração ou repressão ostensiva e maciça, justamente pelo contrário. Onde a exploração e a repressão são patentes, a solução é clara e só depende de coragem para o confronto.
No Brasil a injustiça social é camuflada e covarde, ela inicia na escola, onde a população é dividida em "príncipes" e "párias", num consenso que já vem de gerações: onde se viu a patroa misturar seus filhos com os da empregada, nos mesmos bancos escolares?...
90% das escolas brasileiras são públicas.
10% das escolas brasileiras são particulares.
As escolas brasileiras, sejam públicas, sejam particulares, são péssimas - os índices nacionais e internacionais estão bem claros.
Apenas 1% das escolas brasileiras, entre públicas e particulares, estão preparadas para dar ao aluno a formação que ele merece e precisa, para poder contribuir com o progresso da nação.
Em resumo, 99% das escolas brasileiras "formam" alunos cujo analfabetismo funcional se revela nas faculdades, onde não sabem redigir ou interpretar textos nem fazer pesquisas. A maioria das teses de mestrado e doutorado, muitas feitas com o suado dinheiro público, em nada contribuem para o país, não passam de papel de embrulho.
O maior problema começa e se fecha nos bancos escolares.
A escola do filho da patroa costuma ser tão ruim quanto a do filho da empregada, com uma diferença: quando a patroa vê (mas não percebe...) que ele é massacrado por uma avalanche de informações inúteis, dá-lhe professor particular pro filho... passar de ano. Ou então ela o muda de escola. De tapa em tapa, o diploma está garantido.
Já a empregada é obrigada a aceitar a escola que o governo "oferece" para seu filho, uma escola administrada por profissionais cujos filhos estudam na escola... da patroa. E ela não pode reclamar de nada, pois toda a mídia deixa bem claro que A RESPONSABILIDADE PELA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS É DOS PAIS, eles que "estejam presentes", que ajudem nas lições de casa, que participem como "amigos da escola", que não faltem às insuportáveis reuniões de pais onde vão apenas ouvir falar mal de seus filhos ou de seus colegas "maus alunos". Enfim, toda a culpa do fracasso escolar é atribuída aos pais ou aos próprios alunos...
É claro que a maioria dos pais da rede pública não vai poder ajudar muito nas lições, nem pagar professor particular. Então, chegar ao diploma pode ser um desafio impossível. Tanto é que os níveis de repetência são altíssimos, os de desistência idem, os de expulsão são agora "legitimados" através dos Conselhos de Escola, tribunais de exceção que decidem quem pode permanecer na escola. Problemas disciplinares corriqueiros são hoje "resolvidos" chamando a polícia na escola - até criança de 7 anos já foi parar na delegacia!
O aluno da rede pública é divulgado em toda a mídia, dominada pelos sindicatos da classe "docente", como trombadinha em potencial, elemento suspeito que põe em risco a segurança do professor e do colega. O que se passa nas escolas públicas, já a partir dos primeiros anos da vida escolar, só os alunos sabem - e obviamente não conseguem explicar, como é normal nas crianças...
A escola pública é uma "caixa preta", uma "Instituição da tortura", como diz o livro da professora Glória Reis, é "o lugar onde a criança chora e a mãe não vê", como a Cremilda ouviu seu próprio filho dizer.
Isto não tem solução - não enquanto a sociedade brasileira continuar resolvendo pagar duas escolas, uma para seus próprios filhos e outra para os filhos... dos outros.
Mas existe, no sistema educacional brasileiro, um problema ainda maior que o apartheid: é a exclusão. Por ruim que seja, a escola é um mal necessário. Até ela se tornar digna desse nome muitas águas vão rolar mas, por enquanto, ruim com ela, pior sem ela. Aluno expulso ou excluído não tem chance em um país onde até o lixeiro ("o mais baixo na escala do trabalho", nas palavras de Boris Casoy) precisa de um diploma.
O Brasil de hoje não é ditadura nem democracia, nem mesmo "democradura", como tem sido chamado. A meu ver, trata-se de uma "democramole", uma sociedade amorfa que pouco se preocupa com seu futuro, representado pelas novas gerações. Se a patroa realmente se preocupasse com o futuro dos próprios filhos, lançaria um olhar para os filhos da empregada e não precisaria levantar muros tão altos para isolar os seus próprios. Se as autoridades de todos os poderes e escalões realmente tivessem intenção de melhorar a educação, arregaçariam as mangas e TRABALHARIAM, não ficariam encasteladas em seus gabinetes, despachando uma papelada inútil, enquanto as escolas ficam à mercê de diretores e profissionais mal preparados e viciados pela falta de cobrança e fiscalização, faltando a bel prazer e achando o trabalho um peso insuportável.
Este quadro dantesco tem se confirmado nos últimos anos, quando uma das maiores esperanças para a educação brasileira andou sendo enterrada pela preguiça do sistema educacional: a progressão continuada. Chamada de "empurração automática" pelos péssimos profissionais que não entendem seu mecanismo, ela acabou sendo rejeitada pela sociedade e pela mídia. Como já cansamos de repetir aqui, e ainda não desistimos, a Progressão Continuada pode ser explicada numa equação simples:
PROGRESSÃO CONTINUADA = AVALIAÇÃO CONTÍNUA + RECUPERAÇÃO CONTÍNUA.
Ela é rejeitada porque exige trabalho do professor, do coordenador pedagógico, do diretor da escola, do supervisor, do dirigente de ensino e do secretário da educação. Quem quer essa "batata quente"?
A Progressão Continuada foi muito bem implantada há vinte anos, aqui na rede municipal de São Paulo, por Paulo Freire e Mário Sérgio Cortella na gestão Erundina, mas quem deu continuidade?... Paulo Maluf, Celso Pitta? rs Nem a Marta se preocupou com isso... Na rede estadual o fracasso da progressão continuada também foi geral e a volta à repetência é aclamada como solução para um problema gerado apenas pela falta de competência e/ou pela preguiça. Pouquíssimas vozes têm se levantado a favor da progressão continuada e contra a repetência. Uma delas é a da filósofa Viviane Mosé em seu artigo Educação: a briga no Rio está errada. Leia clicando aqui. Mas, a depender das autoridades e da mídia, mais essa batalha está perdida.
Mais uma vez repetimos: enquanto a REPETÊNCIA, a EXPULSÃO e a EXCLUSÃO forem as ferramentas que empurram a educação brasileira "com a barriga", nada a comemorar.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Guns e Metallica
Em 2010, além de Copa do Mundo e eleições, teremos um grande número de shows de bandas da "velha guarda" aqui no Brasil nesse primeiro semestre, com destaque para Metallica e Guns 'n Roses. É verdade que esta última hoje é quase uma piada, mas fez muito sucesso no final dos anos 80 e início dos 90. De qualquer maneira, faz lembrar uma época já saudosa. Já o Metallica parece ainda estar em forma, e voltando ao velho estilo dos anos 80, o que é melhor, já que tinha se afastado do Metal, e aos poucos tenta voltar e recuperar os antigos fãs.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Laerte
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
G-speak
A novidade tecnológica que está sendo lançada por pesquisadores do MIT é o "g-speak". Agora, usam-se pequenos dedais para tirar fotos, projetar telas e manipular informações, tudo baseado nos gestos do usuário. Parecido com o que é feito no filme Minority Report. A tecnologia é cada vez mais surpreendente. Só não se sabe ainda como as pessoas vão se adaptar a essas mudanças, e se elas serão bem utilizadas. Vale a pena observar e analisar.
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