segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atrocidades turcas na Armênia

O governador José Serra nesta sexta-feira publicou um texto bastante lúcido na Folha de São Paulo sobre um acontecimento histórico que muitos desconhecem. Para quem não sabe, todo dia 24 de abril a comunidade dos armênios, espalhada pelo mundo, relembra o terrível genocídio provocado pelos governantes turcos durante a Primeira Guerra Mundial. Estima-se que cerca de um milhão e meio de pessoas tenham sido mortas naquela ocasião.

A verdade é que se deve tomar cuidado ao falar do genocídio na Armênia, assim como quando se fala no Holocausto. Às vezes, caímos no erro de alimentar certos antagonismos. Uma coisa é relembrar o fato histórico, analisá-lo e criticá-lo. Outra é insistir em, por exemplo, considerar armênios e turcos como povos historicamente inimigos, como alguns ainda fazem.

Para conhecer um pouco mais sobre tais acontecimentos, vale a pena procurar o livro do historiador inglês Arnold Toynbee "Atrocidades Turcas na Armênia", recentemente reeditado no Brasil pela Paz e Terra. A seguir, dois vídeos sobre a Armênia. Um deles é composto por fotografias da época, tiradas por uma missionária norueguesa. O outro, por imagens variadas que dizem respeito à Armênia. Em ambos, de fundo, a belíssima música sacra "Der Voghormia", uma oração que dizem ter cerca de 1700 anos.



quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cuba e Galeano

O encontro de líderes americanos neste último fim-de-semana foi marcado por algumas situações interessantes. Primeiramente, cabe lembrar que a ausência dos representantes de Cuba - que deixaram de ser convidados desde o início do governo de Fidel - foi bastante criticada por vários líderes. Acredita-se que nos próximos anos a tendência é de que Cuba volte a fazer parte desse tipo de encontro. Já era tempo.

Outro fato a ser mencionado foi o presente que o presidente americano Obama ganhou do presidente venezuelano Hugo Chavez - um clássico livro de Eduardo Galeano, pensador uruguaio e símbolo da esquerda latino-americana. O mais incrível é que, dois dias depois, a obra passou a figurar entre as mais vendidas em um dos pricipais sites norte-americanos de compras virtuais - o Amazon.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Governo inconstitucional?

Bem, vamos deixar de lado o futebol... Agora o assunto é política.

Nesta semana, acompanhamos os acontecimentos no Maranhão. O governador eleito em 2006, Jackson Lago, teve seu mandato cassado pelo TSE por causa de irregularidades na campanha. Teve, portanto, de deixar o cargo. Assumiu o governo a segunda colocada no pleito de 2006, Roseana Sarney. Não iremos entrar no mérito da decisão do TSE, se ela foi ou não adequada, até porque não teríamos material suficiente para analisar o caso.



No entanto, não nos parece correto que a nova governadora seja alguém que perdeu a eleição. Significa que assumirá o cargo uma pessoa que não conseguiu mais de cinqüenta por cento dos votos! Duro golpe à democracia. Como pode governar alguém que não foi escolhido pela maioria - ainda que tenha porventura obtido expressiva votação?

Acontece que a Constituição Brasileira parece ter esta falha. Não há nenhum dispositivo que, expressamente, vede o governo de alguém que não tenha sido eleito pela maioria. Nada explícito. Após décadas de ditaduras, ainda não se resolveu adequadamente a questão. No entanto, uma interpretação de nossa Carta Magna pode ainda chegar à conclusão de que o novo mandato seria inválido, e que novas eleições teriam de ser convocadas. Esperamos que o STF se manifeste dessa maneira.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ludopédio

Para mudar de assunto e falar um pouco de futebol.

Na Europa, o que vemos é um predomínio total do futebol inglês na UEFA Champions League, a competição mais importante do planeta. Ou melhor, dos times ingleses, já que um dos semi-finalistas, o Arsenal, não tem sequer um jogador inglês em sua equipe titular. Já se previa que os ingleses chegariam longe, tendo em vista os investimentos que lá foram feitos em alguns clubes nos últimos anos. Destaque da semana foi o jogo espetacular que Chelsea e Liverpool fizeram pelas quartas-de-final: 4 a 4.

Nas Américas, o único time cem por cento na Libertadores é o Boca Juniors, o que não é nenhuma surpresa, ainda mais tendo caído em um grupo fraco. Os times brasileiros estão fazendo um bom papel, exceção feita ao Palmeiras. A pergunta que não quer calar: Luxemburgo dá azar em Libertadores, ou falta-lhe competência?

Em São Paulo, a cidade estará em festa no fim-de-semana - e em "pé de guerra" também. Os quatro grandes estão na semi-final do simpático mas pouco importante torneio paulista. Não dá para se saber quem levará a melhor.

Em breve, mais postagens sobre política e educação.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Entre os Muros da Escola

O filme francês em cartaz nos cinemas traz algumas questões atuais sobre a educação pública na França, mas que servem perfeitamente para discutir a educação pública brasileira. Vale a pena conferir e refletir a respeito. À propósito, seria interessante também visitar o blog de nossas colegas do Educaforum, onde há um texto muito interessante analisando o filme.

sábado, 11 de abril de 2009

Para não deixar de falar na Itália

Não podia deixar de mencionar nesta Semana Santa os trágicos terremotos que abalaram a região central da Itália e deixaram centenas de mortos. O vídeo a seguir traz belas imagens do Sul da Itália e a música é o belíssimo Intermezzo da Cavalleria Rusticana de Mascagni. A todos que passam por algum tipo de sofrimento recentemente, a mensagem da Páscoa é a de que "todo dia é um renascimento".

terça-feira, 7 de abril de 2009

O Vestibular unificado

Fala-se de uma alternativa proposta pelo MEC para unificar os vestibulares das Universidades Federais em torno de uma única prova, que seria semelhante ao ENEM. O que se argumenta é que, além de facilitar a distribuição das vagas por todo o país, seria uma avaliação que privilegiasse o raciocínio dos alunos, e não a "decoreba". Alguns contestam o modelo atual por exagerar no conteúdo. Daí, as escolas têm que ensinar muita matéria, porque o vestibular das boas universidades é exigente. Nem tudo é absorvido, no entanto. Para piorar a situação, os alunos de escola pública ficam em desvantagem.

Por outro lado, uma avaliação pouco conteudista pode sepultar diversos conteúdos hoje trabalhados no Ensino Médio e fazer com que, em alguns casos, o aluno chegue ainda menos preparado para alguns cursos superiores. Será? De qualquer modo, é uma questão a ser pensada com cuidado.