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sábado, 14 de agosto de 2010

Richard Dawkins e o "Movimento Bright"


Quem não leu ainda o livro de divulgação do biólogo e cientista de Oxford Richard Dawkins, "Deus, um Delírio", precisa pelo menos se informar a respeito. É uma das principais obras atuais a respeito de religião. O autor toma uma posição clara a favor do ateísmo, mas sem deixar de fazer uma discussão ampla sobre religião, levando em conta aspectos filosóficos e sociológicos.

Religião é um assunto milenar e que concerne a todos. Contudo, surgiu com uma intensidade maior no pós-Guerra Fria. Afinal, o século XX foi a época dos grandes antagonismos entre sistemas políticos e econômicos, marcado por embates entre totalitarismo "versus" democracia, e socialismo "versus" capitalismo.

Com a vitória do modelo norte-americano liberal, os confrontos do século XXI estão permeados de questões que dizem respeito às diferenças religiosas, e sobretudo ao fundamentalismo. Momento, sim, de se discutir religião. O livro critica o medo que há difundido entre as pessoas de se criticar quaisquer posturas religiosas.

Em lugar de uma perspectiva negativista, Dawkins propõe que todos tenham um novo olhar sobre o ponto de vista ateísta. Para ele, "o mundo e o universo são lugares extremamente belos, e quanto mais os compreendemos mais belos eles parecem."

Na mesma linha de pensamento, surgiu também há alguns anos nos EUA um movimento ateísta chamado "Brights Movement". A idéia foi de criar uma nova denominação, tendo em vista que termos como "ateu", "materialista" e "cético" têm caráter sempre pejorativo. Daí a idéia de serem chamados de "brights". Seria interessante que mesmo os teístas convictos conhecessem os seus argumentos.

domingo, 4 de abril de 2010

Para levantar polêmica

Em plena semana santa, vamos falar de religião. Como foi lançado recentemente o livro de Saramago, "Caim", é hora também de se estudar o Antigo Testamento. Aliás, para iniciar a polêmica, alguém que já começou a ler a Bíblia alguma vez com calma tem ainda coragem de acreditar que aquilo foi escrito por Deus? É nítida a falta de coesão entre os fragmentos. Algumas passagens se repetem e outras chegam a ser conflitantes. Nem precisa ir muito longe. Basta ler o Gênesis.

Já em meados do século XVIII se percebeu que as duas denominações de Deus que aparecem na Bíblia (Elohim é citado em torno de 2500 vezes, ao passo que Jeová é citado cerca de 7000) podiam corresponder a materiais de épocas e origens diferentes.

Atualmente, análises científicas aceitam a existência de quatro grandes tradições que compõem o Antigo Testamento: a Javista, datada dos séculos X-IX a. C., e que nomeia Deus como Jeová, a Eloísta, do século VIII a. C., e que nomeia Deus como Elohim, a Deuteronomista, do século VI a. C., e, por fim, a Sacerdotal, do século V a. C., criando uma série de relatos diferentes, que são por vezes inconciliáveis.

Não se quer desmerecer a tradição judaico-cristã, e muito menos seus ensinamentos valiosos, sobretudo no campo da ética. Mas ler a Bíblia só nos faz pensar que sua origem é humana, demasiadamente humana.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Russell e ateísmo

Alguns trechos selecionados de Bertrand Russell. Comentários?

“Por conseguinte, julgo que, ao dizer-vos que não sou cristão, tenho de contar-vos duas coisas diferentes: primeiro, por que motivo não acredito em Deus e na imortalidade e, segundo, por que não acho que Cristo foi o melhor e o mais sábio dos homens, embora eu lhe conceda um grau muito elevado de bondade moral.”

“A questão da existência de Deus é de tal natureza que pode ser decidida a partir de bases muito diferentes por diferentes comunidades e diferentes indivíduos. A imensa maioria da humanidade aceita a opinião prevalecente em sua própria comunidade. Nos tempos mais remotos dos quais temos evidências históricas definidas, todos acreditavam em muitos deuses.”

"Como já disse, não creio que a verdadeira razão pela qual as pessoas aceitam a religião tenha algo que ver com argumentação. Aceitam a religião por motivos emocionais. Dizem-nos com freqüência que é muito errado atacar-se a religião, pois que a religião torna os homens virtuosos. Isso é o que me dizem; eu jamais o percebi."

"Eis aí a idéia – a de que todos nós seríamos maus se não nos apegássemos à religião cristã. Parece-me que as pessoas que se apegaram a ela foram, em sua maioria, extremamente más. Tendes este fato curioso: quanto mais intensa a religião em qualquer época, e quanto mais profunda a crença dogmática, tanto maior a crueldade e tanto pior o estado das coisas. Nas chamadas Idades da Fé, quando os homens realmente acreditavam na religião cristã em toda a sua inteireza, houve a Inquisição, com as suas torturas; houve milhares de infelizes queimadas como feiticeiras – e houve toda a espécie de crueldade praticada sobre toda a espécie de gente em nome da religião."

sexta-feira, 6 de março de 2009

Aborto e excomunhão

Difícil não se manifestar a respeito das atitudes do arcebispo de Olinda e Recife, que excomungou imediatamente a equipe médica que praticou um aborto em uma menina de 9 anos que havia sido anteriormente estuprada pelo padrasto. Também a mãe da menina foi excomungada.

Cumpre salientar que a lei brasileira permite o aborto em casos como este. Nada mais correto.

No entanto, a Igreja é contra o aborto e a excomunhão seria a atitude a ser tomada segundo o Direito Canônico nestes casos. Questão a ser revista pelos teólogos. De qualquer modo, não havia necessidade de agir desta maneira em um caso tão complicado, o que nos faz pensar que o clérigo só fez isso para "aparecer". Não há outra explicação.

Ocorre que a Igreja deveria começar a planejar o Concílio Vaticano Terceiro logo, e mudar alguns dogmas ultrapassados.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um dos pensadores mais importantes do século XVIII e do Iluminismo francês. Suas teorias sobre política e educação influenciaram tudo o que se escreveu a respeito a partir de então.

Sobre educação, vale destacar seu tratado pedagógico, o "Emílio", obra considerada um marco na pedagogia contemporânea. Rousseau centralizou os interesses pedagógicos no aluno e não mais no professor. Mais que isso, ressaltou a especificidade da criança.

Infelizmente, há quem não leva em conta o que se escreveu há 200 anos atrás, postura, no mínimo, ignorante.



"A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de ser homens. Se quisermos perturbar essa ordem, produziremos frutos precoces, que não terão maturação nem sabor e não tardarão em corromper-se; teremos jovens doutores e crianças velhas. A infância tem maneiras de ver, de pensar, de sentir que lhe são próprias; nada menos sensato do que querer substituí-las pelas nossas; e seria o mesmo exigir que uma criança tivesse cinco pés de altura do que juízo aos dez anos. Com efeito, que lhe adiantaria ter razão nessa idade? Ela é o freio da força, e a criança não tem necessidade desse freio."

terça-feira, 20 de maio de 2008

Einstein ateu

Uma carta inédita de Albert Einstein datada de 1954, ano anterior ao de sua morte, traz pela primeira vez críticas contundentes do físico à religião. Até então os historiadores não tinham uma certeza sobre a visão religiosa do físico, um dos maiores cientistas do século. Vejamos alguns trechos da carta:

"a palavra Deus é para mim nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana"

"a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas"

"a crença em Deus é produto da fraqueza humana"

"A religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis."

Comentários?

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007