Nesses últimos dias, duas coisas chamaram minha atenção, e eu gostaria de publicar algo a respeito aqui. Em primeiro lugar, o texto do Marcão sobre Armênia: mais uma lição de vida, que os convido a lerem. Vindo de família armênia, ouvi algumas vezes dizer que os armênios seriam inimigos dos turcos, já que eles mataram nossos antepassados. Nunca senti raiva da Turquia por causa disso, mas sei que o genocídio, assim como o holocausto e outras barbaridades, não podem ser esquecidos. No entanto, alimentar sentimentos de revanche e vingança parece ser um erro. Conheço judeus que odeiam a Alemanha até hoje, e não há fundamento para isso.
Recebi também alguns emails falando que Dilma Roussef, presa e torturada no período da ditadura militar, deve lutar para que sejam investigados e punidos os responsáveis pela tortura nos anos 60 e 70. Alguém que participou daqueles momentos de tortura mereceria mesmo que "lhe arrancassem os olhos" (para usar as palavras da Bíblia). Ainda assim, não acho que isso iria curar nenhuma das feridas abertas, mas, o que é pior, criar novas.
Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
Chile
Nesse ano, foram veiculadas para todo o Mundo notícias relacionadas ao Chile. No começo do ano, houve um terrível terremoto que atingiu o centro-sul do país. Mais recentemente, as atenções estavam voltadas para o resgate histórico aos 33 mineiros que ficaram mais de dois meses soterrados em uma mina de cobre.
O Chile é um país latino-americano que já passou por grandes desastres naturais, mas também por muitos problemas políticos. Em 1970, Allende sobe ao poder como talvez uma das primeiras tentativas de experiência socialista por via democrática. Em 1973, vem o golpe de Estado promovido por setores conservadores. O Chile entra em uma ditadura sangrenta, sob domínio do general Pinochet.
Victor Jara, compositor, foi uma das primeiras vítimas da ditadura chilena. Ele foi torturado e morto brutalmente dias após o golpe, num ginásio de esportes que hoje recebe seu nome. Sua história é conhecida no mundo todo, mas parece que no Brasil não teve tanta repercussão. Será que por estarmos vivendo uma ditadura semelhante, à época?
O Chile é um país latino-americano que já passou por grandes desastres naturais, mas também por muitos problemas políticos. Em 1970, Allende sobe ao poder como talvez uma das primeiras tentativas de experiência socialista por via democrática. Em 1973, vem o golpe de Estado promovido por setores conservadores. O Chile entra em uma ditadura sangrenta, sob domínio do general Pinochet.
Victor Jara, compositor, foi uma das primeiras vítimas da ditadura chilena. Ele foi torturado e morto brutalmente dias após o golpe, num ginásio de esportes que hoje recebe seu nome. Sua história é conhecida no mundo todo, mas parece que no Brasil não teve tanta repercussão. Será que por estarmos vivendo uma ditadura semelhante, à época?
domingo, 26 de setembro de 2010
Armênia
A Armênia é um país montanhoso, situado entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Europa. Fica entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, ao sul do Cáucaso. Tem de cerca de 3 milhões de habitantes, mas muitos são os descendentes de imigrantes armênios na América, sobretudo nos EUA, Argentina e Brasil.
País de cultura milenar, foi a primeira região a adotar o cristianismo como religião oficial. Passou por inúmeras guerras e permanece palco de disputas, sobretudo de cunho religioso. Foi dominado pelos turcos otomanos durante muitos anos, e mais tarde tornou-se uma das repúblicas da extinta União Soviética. Durante a dominação turca, já na época da Primeira Guerra, houve o episódio mais dramático da história da Armênia. O genocídio promovido pelo governo turco matou cerca de 1,5 milhão de armênios. Muitos historiadores de renome escreveram a respeito do assunto, sendo clássico o relato de Arnold Toynbee, em seu livro "Atrocidades turcas na Armênia".
Marcão e Cris chegaram na Armênia, o ponto alto de sua viagem de volta ao Mundo. Este "post" é para divulgar seus blogs mais uma vez. O Marcão tinha o sonho de um dia visitar a terra de seus antepassados, mas queria chegar lá por terra, e não de avião. Queria sentir de mais perto a vida daquele povo. Vale a pena entrar em seus blogs - Ontheroad e Viajarcomgosto.
País de cultura milenar, foi a primeira região a adotar o cristianismo como religião oficial. Passou por inúmeras guerras e permanece palco de disputas, sobretudo de cunho religioso. Foi dominado pelos turcos otomanos durante muitos anos, e mais tarde tornou-se uma das repúblicas da extinta União Soviética. Durante a dominação turca, já na época da Primeira Guerra, houve o episódio mais dramático da história da Armênia. O genocídio promovido pelo governo turco matou cerca de 1,5 milhão de armênios. Muitos historiadores de renome escreveram a respeito do assunto, sendo clássico o relato de Arnold Toynbee, em seu livro "Atrocidades turcas na Armênia".
Marcão e Cris chegaram na Armênia, o ponto alto de sua viagem de volta ao Mundo. Este "post" é para divulgar seus blogs mais uma vez. O Marcão tinha o sonho de um dia visitar a terra de seus antepassados, mas queria chegar lá por terra, e não de avião. Queria sentir de mais perto a vida daquele povo. Vale a pena entrar em seus blogs - Ontheroad e Viajarcomgosto.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Brasília, 50 anos
No momento em que se celebram os 50 anos da belíssima cidade de Brasília, a cidade passa por mais uma grave crise política, dessa vez envolvendo o governo distrital de Arruda.
Por um lado, falar de Brasília é falar de corrupção, de desvios de verbas, de incompetência parlamentar. É discutir, após esses cinqüenta anos, o que realmente representou essa mudança de centro político para o país e até que ponto houve benefícios nesse sentido.
Por outro lado, falar de Brasília é falar da sua beleza arquitetônica e de tudo o que lá floresceu na arte e cultura nacional nesses cinqüenta anos. Exemplo disso são as bandas de rock dos anos 80, como Paralamas e Legião Urbana.
quinta-feira, 11 de março de 2010
História e as Copas do Mundo
Nesse ano faremos muitos "posts" relacionados a Copas do Mundo. Já falamos dos prognósticos dentro das quatro linhas - e entraremos novamente nesse assunto, analisando grupo a grupo às vésperas da competição.
Agora aproveitamos para aos raros freqüentadores do blog algo que eles já sabem. Copa do Mundo é também época e motivação para estudar História e Geografia. Hoje é de costume que a maioria das escolas e professores de Ensino Fundamental entrem no assunto para relacionar com as próprias disciplinas. Ainda bem. O problema é que faltam estudos a esse respeito, sobretudo no Brasil, que indique caminhos para relacionar futebol com as disciplinas de ciências humanas, sem cair em vulgarizações.
Então, vai da criatividade do professor. Alguns temas são mais fáceis e explorados, como a Copa de 70 e a Ditadura Militar no Brasil, vide "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". Com um pouco de esforço dá também para se falar de Guerra Fria usando a Copa de 62, ou então de crise de 29 usando a Copa de 30 ou ainda da queda do Muro de Berlim usando a de 90. Nada dessa história de que só serve para quem gosta de futebol, porque em época de Copa até quem não gosta acaba se interessando.
Agora aproveitamos para aos raros freqüentadores do blog algo que eles já sabem. Copa do Mundo é também época e motivação para estudar História e Geografia. Hoje é de costume que a maioria das escolas e professores de Ensino Fundamental entrem no assunto para relacionar com as próprias disciplinas. Ainda bem. O problema é que faltam estudos a esse respeito, sobretudo no Brasil, que indique caminhos para relacionar futebol com as disciplinas de ciências humanas, sem cair em vulgarizações.
Então, vai da criatividade do professor. Alguns temas são mais fáceis e explorados, como a Copa de 70 e a Ditadura Militar no Brasil, vide "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias". Com um pouco de esforço dá também para se falar de Guerra Fria usando a Copa de 62, ou então de crise de 29 usando a Copa de 30 ou ainda da queda do Muro de Berlim usando a de 90. Nada dessa história de que só serve para quem gosta de futebol, porque em época de Copa até quem não gosta acaba se interessando.
sábado, 7 de novembro de 2009
Feliz Aniversário, Berlim !
Nesta quinta-feira, houve um show da MTV Europa, bem em frente ao famoso portão de Brandemburgo, aproveitando também para lembrar os vinte anos da queda do Muro de Berlim. Os irlandeses do U2 estavam lá, e fizeram uma apresentação emocionante.
Segue o vídeo do show, e também um trailer do filme "Adeus, Lênin", que trata do assunto da queda do Muro de uma maneira muito interessante. Falar da divisão da cidade de Berlim não é apenas falar da Guerra Fria ou do século XX, mas sim falar da condição humana.
Segue o vídeo do show, e também um trailer do filme "Adeus, Lênin", que trata do assunto da queda do Muro de uma maneira muito interessante. Falar da divisão da cidade de Berlim não é apenas falar da Guerra Fria ou do século XX, mas sim falar da condição humana.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Xadrez e Guerra Fria
Está sendo realizada uma disputa comemorativa entre dois dos maiores enxadristas da História, Kasparov e Karpov, antigos campeões mundiais. É porque há 25 anos atrás ambos se enfrentaram pelo título mundial de xadrez, numa série de partidas que entrou para a História do esporte. Os dois na época defendiam a extinta União Soviética. O xadrez, então, era o jogo mais praticado por lá. Alguns campeonatos envolviam até um milhão de participantes, contadas todas as eliminatórias. E o xadrez sempre foi dominado pelos soviéticos. Ou quase.

Em 1972, na Islândia, a disputa pela final do mundial de xadrez foi considerada "a partida do século". Estavam envolvidos, na ocasião, o campeão soviético Boris Spassky e o campeão norte-americano, Bobby Fischer. Logo, pensava-se em uma disputa que ia além do esporte e entrava no terreno político. Foi a primeira e única vez que EUA e URSS estiveram literalmente num campo de batalha. O americano venceu. Mais tarde, a supremacia do xadrez voltou aos soviéticos, com Karpov e Kasparov. Mas a partida inesquecível foi a de 1972, em Reykjavik.

Em 1972, na Islândia, a disputa pela final do mundial de xadrez foi considerada "a partida do século". Estavam envolvidos, na ocasião, o campeão soviético Boris Spassky e o campeão norte-americano, Bobby Fischer. Logo, pensava-se em uma disputa que ia além do esporte e entrava no terreno político. Foi a primeira e única vez que EUA e URSS estiveram literalmente num campo de batalha. O americano venceu. Mais tarde, a supremacia do xadrez voltou aos soviéticos, com Karpov e Kasparov. Mas a partida inesquecível foi a de 1972, em Reykjavik.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Teorias da conspiração

Ultimamente percebo que as pessoas estão muito propensas a aceitar as chamadas "teorias da conspiração". Impressionante como alguns livros e filmes que falam de fatos históricos de maneira enviesada têm tão grande público. Algumas das histórias da carochinha dizem que o Homem na verdade nunca foi à Lua - que teria sido tudo montagem. Ou então que os EUA e a URSS eram aliados durante a Guerra Fria. Ou ainda que os atentados de 11 de setembro foram provocados pelos próprios americanos. Outras também falam de sociedades secretas que escondem há séculos grandes segredos da humanidade - como aquelas baboseiras que constam nos fracos livros de Dan Brown. Até no futebol existem teorias da conspiração, como quando se fala da derrota do Brasil na Copa de 98.
Estranho que esse sentimento de que tudo é uma grande conspiração parece que toma conta da vida de certas pessoas, que passam a viver desconfiadas de tudo e de todos, muito em função disso. Será que alguém também já teve a mesma sensação, ou sou eu que estou criando uma nova conspiração?
domingo, 7 de junho de 2009
Projeto polêmico na Assembléia
O deputado estadual Milton Flávio criou um projeto de lei para mudar o nome de todos os lugares públicos do Estado de São Paulo que homenageiam ícones do período da Ditadura Militar. Para começar, a rodovia Castelo Branco mudaria de nome. A idéia seria que passasse a se chamar "rodovia João Goulart". Mas podem ser escolhidos outros nomes, como Ulysses Guimarães ou Mário Covas. Além da rodovia, mudariam todos os nomes de ruas, praças, teatros, bibliotecas que homenageassem quem autorizou ou praticou tortura. A primeira iniciativa ocorreu em São Carlos, onde um projeto de lei mudou o nome da Rua Sergio Fleury para Rua Dom Helder Câmara. Também, convenhamos, não faz o menor sentido homenagear Sergio Fleury.
O projeto tem levantado debates intensos na Assembléia. De um lado, os deputados do PSDB, PT e PSOL defendem a mudança. De outro, alguns deputados liderados por Conte Lopes, do PTB. Aguardemos.
O projeto tem levantado debates intensos na Assembléia. De um lado, os deputados do PSDB, PT e PSOL defendem a mudança. De outro, alguns deputados liderados por Conte Lopes, do PTB. Aguardemos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009
Samba do Crioulo Doido?
Há alguns meses, o Presidente Lula fez este pronunciamento sobre a crise econômica mundial:
"Temos que reconhecer que a situação é delicada e que essa crise é possivelmente maior que a crise de 29. Temos que reconhecer que o Roosevelt só conseguiu resolver a crise de 29 por causa da Segunda Guerra Mundial. Como não queremos guerra, queremos paz, nós precisamos ter mais ousadia, mais sinceridade, mais inteligência porque não dá para admitir uma guerra para resolver um problema econômico".
Percebe-se nitidamente que o Presidente comete vários equívocos na análise que faz da História. No entanto, nos dias que se passaram, muitos internautas receberam e-mails com um trecho do discurso e com um comentário, de um autor anônimo, fazendo a crítica do que dissera Lula. Para o anônimo:
"A segunda guerra mundial, que durou de 1939 a 1945, nada teve a ver com a crise econômica americana, nem com sua solução.
A Alemanha foi levada para a guerra por fanatismo do partido nazista, que nasceu dentro do partido trabalhista alemão. As condições impostas pelos aliados à Alemanha após a primeira guerra deram força ao partido dos trabalhadores de se organizar em um movimento patriótico e refazer o exercito alemão.
Em 1929, toda a economia do mundo era localizada, e isolada, separada por oceanos e etnias, nunca se ouvindo falar em globalização como hoje. Além disso, a solução da crise passou por contenção drástica de despesas do governo, redução de custos e impostos."
Já faz um tempo que eu recebi este e-mail, mas recentemente reli com mais calma e ainda estou na dúvida. Quem fez a pior análise? Lula ou o anônimo?
Sim, porque a Segunda Guerra Mundial teve tudo a ver com a Crise de 29. Foram seus efeitos que impulsionaram a ascensão dos nazistas. Não houvesse a Crise, não teríamos o fortalecimento do partido de Hitler e talvez não teríamos a Guerra que tivemos. Além disso, o anônimo comete outros erros crassos no seu texto. Diz ser profundo conhecedor de História, mas devia ter pesquisado um pouco mais antes de elaborar a crítica. A coisa está feia mesmo...
"Temos que reconhecer que a situação é delicada e que essa crise é possivelmente maior que a crise de 29. Temos que reconhecer que o Roosevelt só conseguiu resolver a crise de 29 por causa da Segunda Guerra Mundial. Como não queremos guerra, queremos paz, nós precisamos ter mais ousadia, mais sinceridade, mais inteligência porque não dá para admitir uma guerra para resolver um problema econômico".
Percebe-se nitidamente que o Presidente comete vários equívocos na análise que faz da História. No entanto, nos dias que se passaram, muitos internautas receberam e-mails com um trecho do discurso e com um comentário, de um autor anônimo, fazendo a crítica do que dissera Lula. Para o anônimo:
"A segunda guerra mundial, que durou de 1939 a 1945, nada teve a ver com a crise econômica americana, nem com sua solução.
A Alemanha foi levada para a guerra por fanatismo do partido nazista, que nasceu dentro do partido trabalhista alemão. As condições impostas pelos aliados à Alemanha após a primeira guerra deram força ao partido dos trabalhadores de se organizar em um movimento patriótico e refazer o exercito alemão.
Em 1929, toda a economia do mundo era localizada, e isolada, separada por oceanos e etnias, nunca se ouvindo falar em globalização como hoje. Além disso, a solução da crise passou por contenção drástica de despesas do governo, redução de custos e impostos."
Já faz um tempo que eu recebi este e-mail, mas recentemente reli com mais calma e ainda estou na dúvida. Quem fez a pior análise? Lula ou o anônimo?
Sim, porque a Segunda Guerra Mundial teve tudo a ver com a Crise de 29. Foram seus efeitos que impulsionaram a ascensão dos nazistas. Não houvesse a Crise, não teríamos o fortalecimento do partido de Hitler e talvez não teríamos a Guerra que tivemos. Além disso, o anônimo comete outros erros crassos no seu texto. Diz ser profundo conhecedor de História, mas devia ter pesquisado um pouco mais antes de elaborar a crítica. A coisa está feia mesmo...
quarta-feira, 13 de maio de 2009
13 de maio
Hoje faz 121 anos que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Durante muito tempo esta data foi comemorada como o marco do fim da escravidão no Brasil. De um tempo para cá, o movimento negro passou a criticar a celebração da data e preferiu adotar o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, como o mais representativo pela luta contra a escravidão no Brasil. Nada mais justo. Se há o feriado de Tiradentes, é correto que haja o feriado de Zumbi. Como seria também correto se houvesse um feriado em homenagem a Antonio Conselheiro, ou a outros brasileiros que lutaram pela liberdade/igualdade.

No entanto, desconsiderar a data da abolição da escravidão não seria também desconsiderar a luta dos abolicionistas do século XIX? É verdade que há os que dizem que a abolição ocorreu somente por interesses econômicos da elite que se modernizava no final do Império, ou então que a abolição iria acontecer de qualquer maneira, etc, etc. Tudo isso é verdade. Mas e Castro Alves, Rui Barbosa e muitos outros intelectuais que lutaram pelo fim da escravidão? Não dá para jogar fora as suas lutas, e lembrar de 13 de maio é uma maneira também de lembrar da campanha abolicionista. Concordo que o feriado deva ser no dia 20 de novembro, mas também não vamos desprezar o 13 de maio!

No entanto, desconsiderar a data da abolição da escravidão não seria também desconsiderar a luta dos abolicionistas do século XIX? É verdade que há os que dizem que a abolição ocorreu somente por interesses econômicos da elite que se modernizava no final do Império, ou então que a abolição iria acontecer de qualquer maneira, etc, etc. Tudo isso é verdade. Mas e Castro Alves, Rui Barbosa e muitos outros intelectuais que lutaram pelo fim da escravidão? Não dá para jogar fora as suas lutas, e lembrar de 13 de maio é uma maneira também de lembrar da campanha abolicionista. Concordo que o feriado deva ser no dia 20 de novembro, mas também não vamos desprezar o 13 de maio!
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Atrocidades turcas na Armênia
O governador José Serra nesta sexta-feira publicou um texto bastante lúcido na Folha de São Paulo sobre um acontecimento histórico que muitos desconhecem. Para quem não sabe, todo dia 24 de abril a comunidade dos armênios, espalhada pelo mundo, relembra o terrível genocídio provocado pelos governantes turcos durante a Primeira Guerra Mundial. Estima-se que cerca de um milhão e meio de pessoas tenham sido mortas naquela ocasião.
A verdade é que se deve tomar cuidado ao falar do genocídio na Armênia, assim como quando se fala no Holocausto. Às vezes, caímos no erro de alimentar certos antagonismos. Uma coisa é relembrar o fato histórico, analisá-lo e criticá-lo. Outra é insistir em, por exemplo, considerar armênios e turcos como povos historicamente inimigos, como alguns ainda fazem.
Para conhecer um pouco mais sobre tais acontecimentos, vale a pena procurar o livro do historiador inglês Arnold Toynbee "Atrocidades Turcas na Armênia", recentemente reeditado no Brasil pela Paz e Terra. A seguir, dois vídeos sobre a Armênia. Um deles é composto por fotografias da época, tiradas por uma missionária norueguesa. O outro, por imagens variadas que dizem respeito à Armênia. Em ambos, de fundo, a belíssima música sacra "Der Voghormia", uma oração que dizem ter cerca de 1700 anos.
A verdade é que se deve tomar cuidado ao falar do genocídio na Armênia, assim como quando se fala no Holocausto. Às vezes, caímos no erro de alimentar certos antagonismos. Uma coisa é relembrar o fato histórico, analisá-lo e criticá-lo. Outra é insistir em, por exemplo, considerar armênios e turcos como povos historicamente inimigos, como alguns ainda fazem.
Para conhecer um pouco mais sobre tais acontecimentos, vale a pena procurar o livro do historiador inglês Arnold Toynbee "Atrocidades Turcas na Armênia", recentemente reeditado no Brasil pela Paz e Terra. A seguir, dois vídeos sobre a Armênia. Um deles é composto por fotografias da época, tiradas por uma missionária norueguesa. O outro, por imagens variadas que dizem respeito à Armênia. Em ambos, de fundo, a belíssima música sacra "Der Voghormia", uma oração que dizem ter cerca de 1700 anos.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Sobre ciência e Igreja
O assunto era "Galileu e o Papa". Mas falou-se um pouco dos gregos: do modelo geocêntrico ptolomaico e do modelo heliocêntrico de Aristarco. Afinal, as idéias gregas sobre astronomia influenciaram todos os pensadores e cientistas a partir de então.


Ambos os modelos passaram para a história, mas durante mais de um milênio somente um foi aceito: o modelo geocêntrico de Ptolomeu. Primeiro talvez por questão de bom senso: oras, a Terra deve ser o centro do Universo. Mas havia outros motivos.
Um deles é meramente científico: não se conseguiu observar na época a chamada "paralaxe estelar", que seria a diferença de ângulo na observação de uma estrela ao longo do tempo. Realmente, se considerarmos a posição de uma estrela vista da Terra em um dado instante, verificamos que certo tempo depois ela não é a mesma, em relação a um ponto fixo (ponto fixo que pode ser, por exemplo, outra estrela bem mais distante). Isto não poderia acontecer se fosse a Terra o centro do Sistema Solar, com o Sol girando em torno dela. Somente a órbita da Terra ao redor do Sol explica essa variação. Mas na época o fenômeno não pôde ser observado, até por falta de tecnologia. Daí, descartou-se o modelo de Aristarco.

Havia também o motivo religioso. Há passagens no Antigo Testamento que nos permitem afirmar que o Sol gira em torno da Terra. Somente na semana passada eu li um dos trechos a respeito - graças à pesquisa da minha aluna. Está em Josué, 10:
"Então Josué falou ao Senhor (...): sol, detém-se sobre Gibeom, e tu, lua, sobre o vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. (...) O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro."
Daí que ocorreu todo o problema com Galileu, já no século XVII, quando ressurgiu o modelo heliocêntrico. Galileu foi lá falar para os chefes da Igreja que eles não estavam interpretando de acordo a Bíblia. E daí vem a Inquisição, a negação dele e o lendário "eppur si muove".


Ambos os modelos passaram para a história, mas durante mais de um milênio somente um foi aceito: o modelo geocêntrico de Ptolomeu. Primeiro talvez por questão de bom senso: oras, a Terra deve ser o centro do Universo. Mas havia outros motivos.
Um deles é meramente científico: não se conseguiu observar na época a chamada "paralaxe estelar", que seria a diferença de ângulo na observação de uma estrela ao longo do tempo. Realmente, se considerarmos a posição de uma estrela vista da Terra em um dado instante, verificamos que certo tempo depois ela não é a mesma, em relação a um ponto fixo (ponto fixo que pode ser, por exemplo, outra estrela bem mais distante). Isto não poderia acontecer se fosse a Terra o centro do Sistema Solar, com o Sol girando em torno dela. Somente a órbita da Terra ao redor do Sol explica essa variação. Mas na época o fenômeno não pôde ser observado, até por falta de tecnologia. Daí, descartou-se o modelo de Aristarco.

Havia também o motivo religioso. Há passagens no Antigo Testamento que nos permitem afirmar que o Sol gira em torno da Terra. Somente na semana passada eu li um dos trechos a respeito - graças à pesquisa da minha aluna. Está em Josué, 10:
"Então Josué falou ao Senhor (...): sol, detém-se sobre Gibeom, e tu, lua, sobre o vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. (...) O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro."
Daí que ocorreu todo o problema com Galileu, já no século XVII, quando ressurgiu o modelo heliocêntrico. Galileu foi lá falar para os chefes da Igreja que eles não estavam interpretando de acordo a Bíblia. E daí vem a Inquisição, a negação dele e o lendário "eppur si muove".
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
"Yes, we can!!"
Nem a desgastante prévia entre os candidatos do partido Democrata nos EUA atrapalhou a derrota dos republicanos, algo que já se esperava desde o início do ano. É lógico que a crise imobiliária ajudou no voto anti-Bush, mas já havia um descontentamento e uma necessidade de mudança nos rumos da política e da sociedade norte-americana.
Além disso, alterações demográficas no território estadunidense foram fundamentais para um avanço dos democratas nos estados centrais. Aumentou o número de latinos e de jovens em alguns históricos redutos republicanos, o que poderia explicar uma alteração no resultado das eleições.
No entanto, apesar de ser perfeitamente imaginável uma derrota do candidato de Bush, não se imaginaria, há pouco tempo atrás, a vitória de um negro numa eleição para presidente dos EUA. Uma vitória simbólica: depois dela, não há dúvidas que a história dos Estados Unidos no século XXI tomará um rumo novo.
E outra coisa. Vendo o triunfo de Obama, não dá para não se lembrar do que Martin Luther King disse há 45 anos.
Além disso, alterações demográficas no território estadunidense foram fundamentais para um avanço dos democratas nos estados centrais. Aumentou o número de latinos e de jovens em alguns históricos redutos republicanos, o que poderia explicar uma alteração no resultado das eleições.
No entanto, apesar de ser perfeitamente imaginável uma derrota do candidato de Bush, não se imaginaria, há pouco tempo atrás, a vitória de um negro numa eleição para presidente dos EUA. Uma vitória simbólica: depois dela, não há dúvidas que a história dos Estados Unidos no século XXI tomará um rumo novo.
E outra coisa. Vendo o triunfo de Obama, não dá para não se lembrar do que Martin Luther King disse há 45 anos.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Semana agitada nas Américas
A crise econômica nos EUA, uma das maiores de toda a História é assunto de grande importância em todo o mundo, pois suas implicações atingem toda a economia global. A crise política na Bolívia é de se preocupar também, tanto que forçou uma reunião extraordinária de chefes latino-americanos no Chile para esfriar o conflito entre governo e oposição no país de Evo Morales.
No entanto, uma das notícias mais impactantes da semana é o pedido feito pelo governo cubano para que os EUA suspendam temporariamente o embargo econômico presente nas relações entre americanos e cubanos desde 1962, um pouco depois da chegada de Fidel Castro ao poder. Isso porque nos últimos dias dois furacões provocaram um prejuízo avaliado em milhões de dólares na ilha. Quem sabe não é o início de uma nova era nas Américas?
No entanto, uma das notícias mais impactantes da semana é o pedido feito pelo governo cubano para que os EUA suspendam temporariamente o embargo econômico presente nas relações entre americanos e cubanos desde 1962, um pouco depois da chegada de Fidel Castro ao poder. Isso porque nos últimos dias dois furacões provocaram um prejuízo avaliado em milhões de dólares na ilha. Quem sabe não é o início de uma nova era nas Américas?
quarta-feira, 18 de junho de 2008
100 anos da Imigração Japonesa
Homenagem a um dos povos que contribuíram na formação do país. O primeiro navio (Kasato Maru) chegou há exatos 100 anos.
sábado, 24 de maio de 2008
sábado, 17 de maio de 2008
1968 - parte 1
Neste mês, muitos estão comemorando e repensando os acontecimentos de 1968. Ano de grandes manifestações políticas e culturais por todo o mundo, todas com base na liberdade de expressão, na tolerância ao diferente e às minorias. Buscava-se uma verdadeira revolução na sociedade e nos costumes. Momento marcante do século XX. O ano que "não acabou". Vejamos:
quarta-feira, 7 de maio de 2008
1808

Neste ano, comemoram-se 200 anos da vinda da família real portuguesa ao Brasil, episódio de inegável importância histórica. Daí o grande número de publicações a respeito que vemos nas livrarias e bancas de revista por todo o país.
Muito fala-se a respeito do livro "1808", do jornalista paranaense Laurentino Gomes, que está há várias semanas nas listas de mais vendidos. Parece ser uma boa opção para quem quer descobrir mais a respeito da sociedade brasileira há 200 anos, apesar de alguns historiadores rejeitarem-no. Algumas críticas que foram colocadas dizem respeito à utilização de algumas fontes não muito fidedignas na pesquisa do autor (Wikipedia, inclusive). Além do que, para alguns não chega a ser uma obra de grande rigor científico.
Todas essas ressalvas, entretanto, são feitas pelo autor no início da obra, e não tiram as qualidades da pesquisa desenvolvida, nem o modo interessante de ser exposta. Livros como este merecem sucesso porque despertam o interesse do grande público em História sem cair em grandes imprecisões ou polêmicas desnecessárias.
Muito fala-se a respeito do livro "1808", do jornalista paranaense Laurentino Gomes, que está há várias semanas nas listas de mais vendidos. Parece ser uma boa opção para quem quer descobrir mais a respeito da sociedade brasileira há 200 anos, apesar de alguns historiadores rejeitarem-no. Algumas críticas que foram colocadas dizem respeito à utilização de algumas fontes não muito fidedignas na pesquisa do autor (Wikipedia, inclusive). Além do que, para alguns não chega a ser uma obra de grande rigor científico.
Todas essas ressalvas, entretanto, são feitas pelo autor no início da obra, e não tiram as qualidades da pesquisa desenvolvida, nem o modo interessante de ser exposta. Livros como este merecem sucesso porque despertam o interesse do grande público em História sem cair em grandes imprecisões ou polêmicas desnecessárias.
terça-feira, 18 de março de 2008
Guerra Fria e Carosone
Encontrei no Youtube este vídeo de 1958. É de um conjunto napolitano liderado por Renato Carosone que foi muito popular na época. É o auge da Guerra Fria e os EUA buscam manter sua influência nos países ocidentais. Carosone vê um italiano que começa a agir como americano...
Assinar:
Postagens (Atom)