sábado, 15 de maio de 2010
A lista de Dunga
Poucas vezes o público recebeu tão mal uma convocação de Seleção Brasileira. Sempre há controvérsias quanto a um jogador ou outro, sempre se critica a falta de algum jogador em específico (como Romário em 2002), mas não sei se alguma vez uma lista de 23 tem tantos nomes diferentes da vontade da maioria.
Dunga está fazendo um ótimo trabalho, tendo em vista os resultados durante o tempo em que está à frente da equipe, e também se considerarmos que o futebol brasileiro não está em um momento muito bom. A safra atual é mesmo um pouco fraca se comparada com a de Inglaterra, Espanha e Alemanha. Ainda assim, o Brasil venceu a Copa das Confederações, fez ótima campanha nas Eliminatórias e em amistosos contra seleções fortes.
Não há o que se reclamar dos zagueiros chamados. Não há o que se reclamar do goleiro titular e do reserva escolhidos (Julio Cesar e Gomes). Não há o que se reclamar dos laterais direitos escolhidos. Até aí, perfeito.
Quanto à lateral esquerda, pode haver dúvidas. Marcelo do Real Madrid e Fabio Aurélio do Liverpool poderiam ser boas opções, mas até aqui ainda não há muito o que se criticar. O problema é o meio-de-campo, justamente aquele setor em que Dunga jogava tão bem. Deixemos, então, o meio-de-campo para analisarmos por último.
Para o ataque, Luis Fabiano, Robinho e Nilmar são escolhas óbvias. O quarto atacante é que não parece ser jogador para Copa do Mundo, mas tem um estilo de jogo que pode ser útil em alguns casos. Na verdade, Dunga convocou jogadores pensando objetivamente em quem poderá ser útil à Seleção. Na raça, no empenho, na parte física e na parte emocional.
No que diz respeito ao meio-campo, isso se aplica direitinho. Sete oitavos dos meio-campistas são volantes, e possuem essas características. Esqueceu-se, porém, de que o torcedor também quer ver talentos individuais e habilidade. E de que às vezes isso é fundamental numa Copa do Mundo. Há que se pensar também na parte técnica.
Quem deveria estar na lista? Ganso, sim. Ronaldinho, sim. Mas se Dunga não quis chamar o "ex-bola de ouro" por motivos pessoais, ou não queria arriscar em chamar um novato, no mínimo tinha obrigação de convocar Diego da Juventus ao invés de Julio Batista ou de Josué, para dar pelo menos mais uma opção criativa à equipe.
Tudo isso será que é porque em 1994 o Brasil foi campeão de um jeito parecido, sem ninguém para criar no meio? Um dos times campeões mais fraquinhos de todos os tempos, diga-se de passagem.
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