terça-feira, 21 de outubro de 2008

Eleições - segundo turno



Para entender melhor o panorama eleitoral de São Paulo, vamos fazer uma pequena retrospectiva das últimas eleições para prefeito:
1988 - vitória do PT (Erundina) contra o malufismo
1992 - vitória do malufismo
1996 - vitória do malufismo (desta vez com Pitta)
2000 - vitória do PT (Marta) contra o malufismo
2004 - declínio do malufismo, polarização PT x PSDB (seguindo o panorama federal)

Se analisarmos com mais profundidade ainda, veremos que os votos em São Paulo sempre se dividiram entre tucanos, petistas e Maluf. O que está ocorrendo este ano é que a candidatura do Kassab conseguiu assimilar todos os simpatizantes do Maluf e também a grande maioria do eleitor tucano, inclusive o tucano "covista", simpatizante de Mário Covas. Haveria aí alguma contradição, tendo em vista que as vitórias do PT em 1988 e 2000 contaram com o apoio de Covas, contra o malufismo?

Considerando o perfil dos seus eleitores, portanto, Kassab hoje consegue ser um meio-termo entre Maluf e Covas, duas das maiores figuras políticas de São Paulo nos anos oitenta e noventa. Ainda, com o projeto Cidade Limpa e com o fechamento de casas noturnas e similares, Kassab, híbrido, parece às vezes também com uma outra figura política paulistana de destaque: Jânio. Por isso, dificilmente perde a eleição.

É certo que a campanha da ex-prefeita Marta deixou demais a desejar. Sim, porque apesar de não ser uma figura muito simpática, o seu governo (2001-2004) teve realizações muito grandes. É só pensar em alguns avanços no transporte público (bilhete único, corredores de ônibus, alteração da frota) ou na educação (CEUs, capacitação de professores). Um governo com boa aprovação, sobretudo na periferia e nas regiões mais pobres. Mas Marta está errando demais. Por exemplo, quando disse que se arrependeu das taxas que fez, ou então ao não ter coragem de posicionar-se definitivamente como candidata de esquerda e ligada à questão social.

Aliás, convenhamos, as propostas dos dois candidatos são tão parecidas que não parece que a eleição é entre um candidato do PT e outro do PFL.

Mas, vamos ao que interessa: o Legislativo. Passada a eleição para vereadores, o que realmente preocupa é o fato de a Câmara quase não ter se renovado. O chamado "Centrão" vai continuar em peso. E as novidades não nos deixam nem um pouco animados: Chalita, Netinho, Marco Aurélio "Bambi" Cunha , entre outros...

3 comentários:

Anônimo disse...

é sempre a classe média que ganha a eleição, então

Anônimo disse...

Acho que a política nacional desbotou, não possui mais cores ideológicas. Aqui em BH tivemos, de um lado, o duplo poder econômico da máquina estatal(governo do estado, do PSDB e prefeitura do PT,aceitando adesão de última hora nada mais nada menos do que do famigerado DEM!!!) atacando juntos com um candidato único: esta "aliança"bizarra acabou com o PT local. De outro o PMDB. Nenhum dos dois lados apresentou propostas: apenas mentiras e ataques mútuos. Não me sobrou alternativa, a não ser anular meu voto, a fim de não ser conivente com tanta baixaria.

Anônimo disse...

Será que só os historiadores entendem a importância do legislativo? (risos)
Adorei seu texto!
Abraço
Ca