quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Incompetência e perversidade

Quando se trata de educação, sabe-se que muitos erros são cometidos diariamente nas escolas e estabelecimentos educacionais do mundo todo, e isto não seria diferente no Brasil. Errar é humano. E na FEBEM, a atual Fundação CASA? Muitos erros? Sem dúvida. Afinal, errar é humano, e trabalhar na FEBEM, convenhamos - não deve ser nada fácil. Mas, nada justifica o que se descobriu semana passada.

Trechos da reportagem da Folha:

"Entidades de defesa dos direitos humanos e políticos visitaram simultaneamente 20 unidades da Fundação Casa e constataram casos de tortura, agressão e maus-tratos aos internos. Há relatos de espancamento, isolamento e constrangimento em unidades do interior e da capital do Estado. Adolescentes relataram que temiam punições após as visitas."

"Em uma unidade, representantes de entidades civis acompanhados do senador Eduardo Suplicy (PT) presenciaram seis adolescentes cumprindo um 'castigo'. Eles relataram aos visitantes que estavam 'presos' no quarto havia 11 dias em beliches sem colchão, sem poder conversar, sem banho de sol e sem passar pela comissão de avaliação disciplinar. 'A direção alegou que eles estavam envolvidos em casos de violência com outro interno. Mas nada disso foi comprovado', disse Aristeu Bertelli, da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos. De acordo com ele, o regimento prevê sanção de no máximo cinco dias, mas com atividades pedagógicas. 'Essas sanções acabam ocorrendo muito mais em decorrência de uma perversidade dos agentes da instituição do que efetivamente por algo cometido por um adolescente contra outro', declarou Givanildo da Silva, do Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Na mesma unidade, adolescentes relataram que funcionários utilizam uma espécie de enxada, apelidada de 'creusa', para ameaçá-los e agredi-los. Um deles estava com o braço fraturado. Em uma unidade do Brás, na capital, dez meninos disseram que apanharam de funcionários com cadeiras. Um deles tinha o dedo quebrado e outro, um corte na cabeça."



Mais detalhes em: http://infanciaurgente.blogspot.com/2008/12/visita-do-coletivo-em-defesa-dos.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Putz, Ale, que bad tudo isso. Meu irmão tinha o livro "Queda para o alto", de Herzer, que era uma menina que sempre sofreu muito e nunca foi compreendida, acabou indo parar na Febem, dessa experiência, onde ela descobriu a homossexualidade virou ele, ela faz relatos duros e impressiontes de maus tratos. Ao final, ela relata a participação acolhedora de Eduardo Suplicy e esse foi meu primeiro contato com ele, desde então ele nunca me decepcionou e toda vez que ele foi candidato eu sempre votei nele. Eu não sei nada sobre educação, mas sei mais ou menos o que eu acho que, definitivamente, não é educar. Infelizmente isso é sempre o mais comum...
Quem tortura não educa e muito menos erra, mas sim exerce sua única forma opressora de dominação.
Lastimável.