quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre vingança e rancor

Nesses últimos dias, duas coisas chamaram minha atenção, e eu gostaria de publicar algo a respeito aqui. Em primeiro lugar, o texto do Marcão sobre Armênia: mais uma lição de vida, que os convido a lerem. Vindo de família armênia, ouvi algumas vezes dizer que os armênios seriam inimigos dos turcos, já que eles mataram nossos antepassados. Nunca senti raiva da Turquia por causa disso, mas sei que o genocídio, assim como o holocausto e outras barbaridades, não podem ser esquecidos. No entanto, alimentar sentimentos de revanche e vingança parece ser um erro. Conheço judeus que odeiam a Alemanha até hoje, e não há fundamento para isso.

Recebi também alguns emails falando que Dilma Roussef, presa e torturada no período da ditadura militar, deve lutar para que sejam investigados e punidos os responsáveis pela tortura nos anos 60 e 70. Alguém que participou daqueles momentos de tortura mereceria mesmo que "lhe arrancassem os olhos" (para usar as palavras da Bíblia). Ainda assim, não acho que isso iria curar nenhuma das feridas abertas, mas, o que é pior, criar novas.

3 comentários:

Camila Rodrigues disse...

Bom Ale, não acho que seja assim, eu considero que os acusados por crimes de tortura (mais alta violação de direitos humanos ) devem ser investigados e punidos segundo a legislação do Nosso Estado de Direito. Trinta anos depois da inacreditável Lei da Anistia (que impôs um perdão forçado a todos os participantes) serviu sim para reforçar a idéia construída no imaginário do brasileiro.Nossa presidente eleita,Dilma Rousseff,é a mulher, que foi guerrilheira, que sofreu tortura etc e justo ela foi, e e ainda é, culpabilizada por alguns pela violência que sofreu.A lei da anistia é também uma das justificativas para que o brasileiro não sinta tanta indignação com os abusos aos direitos humanos e que, muitas vezes, encha-se de razão para malbaratar “os direitos humanos”. A herança da ditadura militar é viva em nossa sociedade, especialmente na sensibilidade do brasileiro. Isso porque, neste país cuja história se construiu usando a violência como força motriz, atos injustificáveis de violência como a tortura puderam ser esquecidos tranquilamente, em nome de uma “paz” injusta e absurda. Eu espero que nossa presidente consiga tocar de forma mais firme essa nossa sensibilidade amortecida

felício disse...

oi
olha.. eu não entendi a parte que voce falou da paz injusta e absurda;. o que as pessoas querem nao ´e paz?

Marcos disse...

Obrigado pela força, em breve pretendo postar novamente o texto.
Um abraço e parabéns pelos seus textos.
Marcos Gadaian
Marcão