Falou-se muito durante o ano passado sobre a rejeição do MEC à muito utilizada coleção de livro didáticos "Nova História Crítica" do autor Mario Schmidt. A equipe da UFRN considerou que o livro continha muitas simplificações, anacronismos e estereótipos. Particularmente, considerei uma decisão muito correta, já que, por razões diversas, jamais gostei de trabalhar com esta coleção.
No entanto, algumas semanas depois, a revista Época resolveu publicar uma péssima reportagem a respeito dos livros didáticos de História e a ideologia por trás deles. O chamativo título era: "O que estão ensinando às nossas crianças?" e a reportagem esforçava-se em encontrar em vários livros (a maioria deles aprovados pelo MEC) textos de ideologia esquerdista, o que a reportagem considerou ser "distorções ideológicas". No entanto, uma leitura mais atenta dos trechos selecionados pelos jornalistas não as encontrará. Inclusive, alguns dos livros considerados subversivos pela reportagem são conceituados como os melhores da área pelos principais acadêmicos de Ensino da História. É o caso da coleção do Projeto Araribá, da Editora Moderna. Em suma, a reportagem partiu de um caso isolado (o do livro rejeitado pelo MEC) e generalizou a todos os materiais didáticos, que seriam fruto de uma tendência esquerdista na educação e nas universidades, a qual atrapalharia o maior desenvolvimento do país ao impedir a formação de uma consciência da livre iniciativa. Que "viagem" impressionante!!!
Nesta semana, falou-se muito também de certas apostilas de editoras desconhecidas que algumas prefeituras adquiriram. Ao invés de utilizarem o material gratuito fornecido pela lista do MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), resolveram gastar milhões na compra destas apostilas. Descobriu-se depois que o material era muito fraco, e continha inúmeros erros, o que levou a crer que havia algum tipo de irregularidade nestas compras.
Acontece que o PNLD é um projeto muito bem executado pelo MEC e elabora todo ano uma análise bastante detalhada dos livros por ele recomendados. É só conferir no site do Ministério. São quase mil páginas de análise dos livros de Ensino Fundamental. Basta a escola entrar lá e escolher quais as coleções que quer utilizar, através das considerações de uma equipe de especialistas.
Mesmo com todo este ótimo trabalho, a reportagem da Época resolve criticar sem qualquer base teórica alguns livros muito bons, e as prefeituras, que agora estão sendo investigadas, preferem comprar apostilas de segunda linha.
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4 comentários:
vai se f.... comunista idiota
Esse anônimo anterior deve ter sido educado por apostilas editadas pela Veja... hahhahaah
Com certeza...o xarope nem sabe o que é comunismo e vem dar palpite sem ler direito a reportagem...é daqueles imbecis anacronicos que chamam de comunistas aqueles que não o agrada...vai ler Machado de Assis e para de encher o saco.
O que nosso amigo quis nos dizer com esse post é que quandfo se analisa um livro didático, a mesma deve ser feita de forma consciente, séria e não de forma sensacionalista. Um amigo meu que também é professor de HISTÓRIA, de um cursinho grande, também concordou com o ponto de vita dio colega: detecta-se uma obra que está fora dos parâmetros, é feita uma análise crítica, especialistas entram em concenso quanto a falta de qualidade do foi escrito e divulga-se o resultasdo. Mas aí vem um órgaão de comunicação, convoca um grupo de pessoas para fazer uma análise forçada de obras, insinuando que a maior parte dos livros têm um texto tendencioso, que incita e os verdadeiros entendidos da área, OS OS PROFESSORES DE HISTÓRIA (não foram poucos) comentam que tal trabaljho que foi tendencioso, com uma falsa cara de denuncia.
E primeiro vai estudar e saber o que realmente é comunismo para não ficar fazendo comentários inúteis ,viu leitor de apostilas da Veja?
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