sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Copenhagen
1924: Werner Heisenberg, físico alemão, foi para Copenhague para viver e trabalhar como colaborador de outro físico mais velho e experiente, Niels Bohr, nos estudos de Física Quântica. Em três anos de trabalhos juntos, desenvolveram estudos revolucionários como o Princípio da Incerteza e a Teoria da Complementaridade.
1941: época da Segunda Guerra Mundial, com a Dinamarca sendo ocupada por nazistas. Bohr, de ascendência judaica, correndo perigo em Copenhague e não podendo realizar plenamente suas pesquisas. Heisenberg trabalhava para os alemães em estudos de energia nuclear. No entanto, apesar do acaso ter colocado os dois em lados antagônicos no conflito, e apesar dos riscos que ambos corriam, Heisenberg retornou a Copenhague para visitar Bohr, em Setembro daquele ano. Não se sabe até hoje o que conversaram durante esse encontro. A única coisa que se sabe é que, em algum momento, saíram da casa de Bohr para dar uma volta (talvez para não serem ouvidos por ninguém) e que, mais tarde, ambos voltaram extremamente ofendidos, após uma discussão. Daí em diante, nunca mais foram amigos.
Sobre esse encontro, Michael Frayn, dramaturgo contemporâneo, escreveu uma peça de rara qualidade. Sucesso mundial, virou filme e foi encenada no Brasil pela Companhia "Arte e Ciência" com brilhantismo. Afinal, o que aconteceu na primavera de 1941 em Copenhague, durante o encontro desses dois homens? Falavam sobre ciência ou sobre política? Falavam sobre a possibilidade da criação de uma bomba atômica? Talvez em Copenhague, na primavera de 1941, o destino de milhões de seres humanos poderia estar sendo decidido.
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