A primeira rodada da Copa decepcionou os amantes do bom futebol. Jogos de muita marcação, pouca criatividade e poucas jogadas de gol. É normal que muitas equipes venham fechadas para o primeiro jogo, com medo de perderem e terem sua vida dificultada no restante da competição. Daí o grande número de empates. Outro fato que chamou atenção foram os excessivos erros nos cruzamentos, lançamentos e chutes a gol. Aí entraria também o fator "Jabulani", a nova bola, com a qual os jogadores não tiveram tempo ainda de se acostumarem.
No grupo A, um grande equilíbrio. Parreira foi bem nas substituições, acertou os problemas no lado esquerdo e conseguiu equilibrar um jogo que parecia do México. Surpreendeu a todos arrancando um empate. Os mexicanos ainda devem melhorar no torneio, pois têm potencial para tanto, mas Vela e Franco precisam aparecer mais. Na partida entre os campeões Uruguai e França houve muito equilíbrio, e a certeza de que a França não deve ir muito longe, pois depende unicamente de Ribery.
No grupo B, uma boa partida da Argentina. Ótima atuação de Messi, em uma posição diferente da que se esperava. Jogou totalmente livre pelo meio, numa posição semelhante à de Maradona em 86. Mas Verón errou muitos passes, o que não é normal, e no setor defensivo a Argentina demonstrou fraqueza, sobretudo no lado direito. A Nigéria tem uma defesa forte mas um meio-campo sem criatividade, o que pode atrapalhar. A Grécia talvez tenha sido o pior time da primeira rodada. Erra muitos passes e não mostrou a defesa sólida que prometia. Melhor para a Coréia, que imprimiu velocidade e pode ficar com a segunda vaga do grupo.
O grupo C teve uma partida interessante entre EUA e Inglaterra. Os ingleses não conseguiram vingar a derrota de 1950. Mostraram nervosismo e falta de condição física para superar a eficiente barreira americana no meio-campo. Persistem aos britânicos alguns problemas em certas posições, como na meia-esquerda, em que ninguém se firmou ainda. No gol então, nem se fala. Green tomou um dos maiores frangos da História das Copas, o que acabou com a moral do time de Capello. Por fim, um jogo equilibrado entre duas equipes arrumadas mas pouco criativas, Argélia e Eslovênia.
O grupo D trouxe a maior esperança de bom futebol na Copa. Os alemães conseguiram montar um time muito competitivo, apesar das inúmeras ausências por contusão. É verdade que o adversário não era fortíssimo e tinha problemas de posicionamento no meio-campo, mas a equipe alemã trabalhou muito bem a bola e já revelou ao Mundo a categoria de Özil, como já se previa. Por fim, Sérvia e Gana fizeram uma partida muito defensiva, e decepcionaram a todos, já que havia uma expectativa para um bom jogo. Os sérvios precisam fazer alterações se quiserem ir adiante.
No grupo E, a Holanda manteve o favoritismo. Jogou uma excelente partida contra os dinamarqueses, tocando bastante a bola, num estilo que lembrou muito a Holanda de 98. A Dinamarca fez um jogo duro e mostrou qualidade no meio-campo, mas ainda precisa acertar no ataque, já que Bentdner não está em boas condições físicas. De resto, o Japão mostrou um futebol muito fraco, mas surpreendentemente conseguiu bater a pouco criativa seleção de Camarões.
O grupo F é talvez o mais fraco. A Itália mostrou que não deve ir muito longe, já que a ausência de Pirlo faz uma enorme falta ao meio-campo. O Paraguai esteve melhor em alguns momentos da partida, mas não chegou a criar muito. A decepção foi a Eslováquia, que não conseguiu fazer um placar mais elástico contra a fraca Nova Zelândia e acabou tomando o empate no finalzinho, o que lhe pode custar a vaga.
O grupo G é o do Brasil. Portugal e Costa do Marfim decepcionaram também. Fizeram um jogo de muita marcação e parecia que ambos preferiram o empate. No entanto, deu a impressão de que as duas seleções darão muito trabalho para o Brasil, sobretudo os africanos. A seleção de Dunga teve um desempenho satisfatório. Já se sabia que teria dificuldades em passar por uma equipe fechada, como a da Coréia do Norte, mas as movimentações de Robinho e Elano serviram para conseguir os três pontos. Destaque negativo para a fraca participação de Kaká, ainda em fase de recuperação.
No grupo H tivemos a primeira zebra da Copa do Mundo. A Suíça soube se defender e conseguiu bloquear os ataques da Espanha. Faltou aos espanhóis um pouco de sorte, e também faltou finalizar mais a gol, especialmente no primeiro tempo. Por fim, o Chile mostrou um futebol ofensivo, talvez o mais ofensivo da primeira rodada, ao lado da Alemanha. Foi para cima dos velozes hondurenhos e conseguiu os três pontos, apesar de um placar magro. É um grupo ainda totalmente indefinido.
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