domingo, 4 de outubro de 2009

Copa e Olímpiadas no Brasil

O Brasil continua sendo o país do futuro. Que bom! Pena que o futuro nunca chega. Agora está marcado para 2014 e 2016, anos de Copa e Olimpíada no país. Se tomarmos o Pan de 2007 do Rio como base para uma adivinhação do que vai acontecer nos próximos anos, não conseguiremos pensar em nada além de falta de planejamento e desvio de verbas.

O historiador Hilário Franco Junior deu uma entrevista ao Estadão justamente dizendo que no Brasil persiste há 500 anos uma "cultura do improviso". Ou seja, não se consegue planejar nada a longo prazo. Espera-se o problema, e depois tenta-se resolvê-lo com o que se tem. A análise que ele faz é de que essa "cultura" foi-nos legada pelos povos que formaram o país. Talvez seja uma análise simplista.

Para o historiador, os índios nunca precisaram se preocupar em organizar plantações com antecedência ou estocar comida, já que não enfrentavam seca ou inverno rigoroso. Os negros que aqui vieram eram prisioneiros e não podiam ter visão de longo prazo. Por fim, os portugueses passaram séculos em uma situação de lutas contra os muçulmanos e conviviam com fronteiras territoriais fluidas, o que fazia com que o improviso prevalecesse.

De qualquer maneira, mesmo já sabendo que essas coisas no Brasil não dão certo, os eventos acontecerão. A partir de agora então vamos tentar ser otimistas (sem ufanismo, claro) e começar uma discussão ampla (que envolva a todos) para que os Jogos e a Copa dêem certo, ou seja, façam com que essa "cultura do improviso" deixe de existir, façam com que se criem oportunidades para um desenvolvimento do esporte como política pública séria, tragam melhorias urbanísticas reais (e não de fachada), enfim, para que o futuro chegue.

3 comentários:

Camila disse...

Ser otimista é bom! Vamos tentar. Mas não fica nada difícil imaginar como será a festa de abertura dos jogos Olímpicos em território Tupi, hehe: tudo planejado pelo Hans Donner. Mulatas nuas sambando ao som da beteria da Mangueira e do Olodum, em grandes carros alegóricos. No palco, entoando o hino nacional, estará Ivete Sangalinha, de mãos dadas com crianças de algum morro carioca (a Vanusa seria melhor). No telão, imagens de atores e artistas da Globo, que estarão em camarotes da Brahma, chorando ao ver aquela bela festa acontecendo no gramado do Maracanã. Para finalizar, o Pelé entra com a pira em mãos e acende a tocha olímpica! E tudo narrado pelo Galvão Bueno! Histórico, hein? Haja otimismo!

Camila disse...

Publiquei o comentário acima antes de terminar de escrever. Queria dar os créditos da viagem criativa acima para seu responsável, mas sinceramente não lembro com quem conversei sobre grandes festas organizadas no Brasil. Foi com vc, Tundisi? Faz tempo! Alguns anos, se não me engano. Enfim... é isso!

Camila Rodrigues disse...

Bom, minha opinião você já leu no meu blog, mas lá não falei o que me ocorreu agora ao ler seu texto... eu que trabalhei com a Sociologia do esporte com meus ex alunos no ensino médio no ano passado, fui desconstruindo aparafernália construída nos Jogos da China e agora eu espero (sem muitas esperanças) que eles se lembremde tudo aquilo quando os jogos forem aqui... umque se lembre, será lucro!
Abraço
Ca